O que é a síndrome dos ovários policísticos? O problema costuma atacar qual faixa etária?

Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endócrina que cursa com aumento dos hormonios masculinos e falha das ovulações em mulheres em idade fértil.

Quais os sinais mais recorrentes do SOP? A doença faz crescer pelos em quais partes do corpo?

A irregularidade menstrual, ou falta de menstruações, são as características mais marcantes da SOP, mas a virilização, ou seja, o aparecimento de características masculinas na mulher, costuma ser a característica que mais incomoda e leva a mulher a procurar o ginecologista. Além de aumentarem em quantidade em todo o corpo, os pelos tornam-se mais grossos e escuros, principalmente em virilhas, coxas, buço e queixo. Acne, seborréia e até calvície são outros sinais físicos da SOP.

Que fatores e/ou estilo de vida contribuem para o surgimento do problema?

Por ser uma doença endócrina, a SOP pode ser maximizada ou minimizada de acordo com o funcionamento de vários hormônios do corpo, o principal deles é a insulina. O hormônio insulina precisa estar livre pelo corpo para funcionar, entretanto o tecido adiposo, que é a gordura corporal, prende a insulina e aumenta a resistência ao seu funcionamento causando piora da Síndrome dos ovários policisticos. Mulheres com obesidade, seja ela resultado da falta de exercícios físicos ou do excesso de ingesta calórica secundária a mal hábito alimentar ou estresse, por exemplo, estão mais propensas a desenvolver a SOP.

Como é realizado o diagnóstico da síndrome? A SOP tem cura?

O diagnóstico da SOP é de exclusão, ou seja, primeiro devemos afastar a possibilidade de outras doenças que cursam com os mesmos sintomas e, somente após a exclusão dessas doenças, fecharemos o diagnóstico em SOP. Apesar do nome da Síndrome, ultrassom com ovários de característica policística ao ultra-som é dado inespecífico para o diagnóstico da síndrome, pois mais de 25% das pacientes com este achado são assintomáticas. Concentrações séricas de LH geralmente encontram-se elevados e de FSH normais ou baixos, embora 20% a 40% destas pacientes não apresentem estes achados, sendo as determinações de LH e FSH prescindíveis. O diagnóstico laboratorial da anovulação não está indicado, devendo ser clínico. A maioria das mulheres com SOP apresentam aumento da resistência à insulina e hiperinsulinemia compensatória, sendo que a determinação laboratorial da resistência à insulina não é essencial para o diagnóstico na prática clínica. Níveis séricos de prolactina e TSH são fundamentais para exclusão do diagnóstico de hiperprolactinemia ou hipotireoidismo. Níveis elevados de prolactina estão presentes em até 35% dos casos de SOP. É importante o diagnóstico da hiperplasia supra-renal congênita de instalação tardia, cujo quadro clínico pode ser indistingüível ao da SOP. A exclusão de tumores produtores de androgênios do ovário ou da supra-renal é realizada através das concentrações séricas de testosterona e sulfato de dehidroepiandrosterona (DHEA-S).

Quais as complicações pra vida da mulher caso a doença não seja tratada?

A SOP atrapalha ou impede uma mulher engravidar? A que opção essa mulher pode recorrer?

Quais as dicas para aquelas mulheres que querem se prevenir do problema?

Dieta e exercícios físicos representam o tratamento de primeira linha, melhorando a resistência à insulina e retorno dos ciclos ovulatórios, mesmo na ausência de perda de peso. A droga de escolha para indução da ovulação em pacientes com SOP é o citrato de clomifeno (CC), 50 a 200 mg/dia durante cinco dias, a partir do 3º, 4º ou 5º dia do ciclo. Cerca de 50% a 80% das pacientes apresentam ovulação e 40% a 50% engravidam. Pacientes com SOP resistentes ao CC podem utilizar drogas que diminuem os níveis de insulina, isoladas ou em associação ao CC. A utilização isolada da metformina (1500mg/dia a 2000mg/dia) promove a ovulação em 78% a 96% das pacientes. Pacientes com níveis elevados de DHEAS são mais resistentes ao CC e podem beneficiar-se da administração de corticóide. A fertilização in vitro (FIV) pode ser utilizada nos casos em que a estimulação ovariana foi exagerada, com o objetivo de evitar o cancelamento do ciclo. Pacientes com SOP parecem ter maior risco de abortamento após FIV