Durante o 33º Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia realizado este mês, em Genebra, na Suíça, a influência da imunologia na reprodução humana foi um dos temas em destaque. É um assunto abordado com frequência e sempre de extrema relevância.
Procedimentos de fertilização in vitro são cada vez mais comuns, porém a implantação dos embriões e a gravidez ainda é algo que nem sempre ocorre e as razões para a falha podem ser desconhecidas. Em algumas mulheres esse problema ocorre repetidas vezes no que chamamos de “falha de implantação recorrente”. Estas questões representam um desafio para clínicos e cientistas e afeta quase 10% das mulheres que realizam fertilização in vitro.
No Congresso, pesquisadores do Reino Unido, liderados pelo doutor E. Wade, fizeram uma meta-análise avaliando 30 estudos que comparavam a prevalência de testes imunológicos alterados em mulheres com e sem falha de implantação recorrente. Eles concluíram que tais alterações eram mais presentes naquelas mulheres com mais falhas em tratamentos de reprodução e que eram limitadas as evidências científicas para realizarem os tratamentos.
O estudo também revelou que a prevalência de anticorpo antifosfolípide, anti coagulante lúpico e Fator V de Leiden foram maiores nas pacientes com falha de implantação, porém mais uma vez esbarramos ainda na falta de trabalhos científicos mais robustos que possam embasar tais constatações e direcionar novas pesquisas em busca de soluções para o problema.
Precisamos avançar nos estudos da imunologia no que se refere à reprodução humana. Os tratamentos ainda são muito questionáveis e até proibidos por várias organizações mundiais.
A base do tratamento das pacientes com falha de implantação ainda é a formação de um bom embrião e a colocação deste em um bom endométrio com características favoráveis para a gestação.