Parceiros que formam um casal sorodiscordante – quando um ou ambos possuem HIV e/ou Hepatites B e C –  geralmente possuem dúvidas sobre o fato de poderem ou não ter filhos. Uma das maiores preocupações é se os bebês irão nascer ou não com o vírus.

Até algumas décadas atrás a possibilidade era praticamente nula. Contudo, atualmente, com o avanço das técnicas de reprodução assistida, o casal sorodiscordante pode ter filhos de forma mais segura e tranquila.

Como é o processo de reprodução assistida para casal sorodiscordante?

O processo de reprodução assistida para casal sorodiscordante começa com um acompanhamento de um infectologista. Ele irá avaliar o caso e também realizar uma série de exames laboratoriais para avaliar a carga viral do casal.

Com base nesses resultados ele poderá consentir o andamento do procedimento, que irá variar conforme o caso.

Homem infectado e mulher não

No caso dos casais onde o homem é infectado, mas a mulher não, o tratamento é bem mais simples. Isso porque não há contraindicações, uma vez que mulher estará totalmente saudável.

Nesse tipo de situação, o processo se resume a preparo e tratamento do sêmen do homem infectado. É feita uma lavagem seminal, de modo a isolar todos os espermatozoides livres de contaminação.

Dessa forma, é possível garantir que o bebê nasça sem qualquer contaminação viral.

Homem e mulher infectados

Quando os dois parceiros são soro positivo, o estado de saúde da mulher é o que será determinante para a realização ou não da reprodução assistida. Se a mulher tiver uma saúde boa e estável, além de uma baixa carga viral.

O processo também irá exigir um acompanhamento ainda mais detalhado, para garantir que a gestante e o bebê fiquem saudáveis.

Homem não infectado e mulher infectada

Nos casos onde a mulher é a única infectada, o processo é bem mais complexo. Mas ainda há possibilidade do casal sorodiscordante ter filhos.

Contudo, é importante um acompanhamento da saúde da mulher, para evitar complicações. E ela precisa ter também uma baixa carga viral.

Além disso, um dos maiores cuidados é em relação ao parto vaginal e a amamentação. Isso porque, por meio deles é possível ocorrer a chamada transmissão vertical. Logo, o ideal é a realização de cesariana, bem como o uso de banco de leite ou fórmula.

Cuidados a longo prazo para casal sorodiscordante

Uma coisa importante sobre o casal sorodiscordante que tem filhos são os cuidados a longo prazo. Tanto os parceiros como o bebê precisarão fazer um acompanhamento infectologista por pelo menos 10 anos.

Isso é necessário para que caso haja algum tipo de complicação, seja possível contê-la ainda no início por meio do uso de coquetéis. Esse é um cuidado ainda mais importante para a criança, uma vez que é possível que o vírus seja identificado apenas anos depois do nascimento.

Ter filhos já é uma realidade para casal sorodiscordante. Quem convive com HIV e/ou Hepatites B e C e deseja ter filhos deve procurar uma clínica de reprodução assistida. No local será possível obter todas as informações sobre os procedimentos.