A perda recorrente da gravidez é um assunto que assombra mulheres e casais que desejam ter filhos e pode causar grandes abalos emocionais em toda a família. Confira, abaixo, as principais causas disso e quais as melhores atitudes a serem tomadas diante do quadro.
Como classificar a perda recorrente da gravidez
Conforme o Comitê Disciplinar da ASRM, podemos classificar como perda recorrente da gravidez a frustração clínica de duas ou mais gestações.
Também chamado de aborto de repetição, é um problema que afeta não só mulheres, bem como casais, devendo ser encarado como uma questão a ser tratada conjuntamente, sem apontar culpados ou vítimas, sendo que, geralmente, toda a responsabilidade era depositada sobre a mulher.
Com a análise global do quadro de perda recorrente da gravidez, são analisados e tratados os comportamentos de homens e mulheres envolvidos no projeto de engravidar, já que ambos podem apresentar condições clínicas que propiciem o aborto de repetição, bem como sintomas psicológicos patológicos por conta disso, como ansiedade e depressão.
Principais causas de perda recorrente da gravidez
São várias as motivações da perda recorrente da gravidez, podendo serem salientadas as seguintes:
- Causas genéticas do embrião que impeçam os eu desenvolvimento;
- Infecções femininas, que podem levar, além do aborto, à má-formação do neném;
- O colo feminino pode ser curto, o que é denominado incompetência istmo-cervical, impossibilitando a evolução da gestação por incapacidade biológica;
- Problemas na formação ou alteração da forma do útero, como pólipos, miomas e septos;
- Oscilações hormonais;
- Alterações no DNA do espermatozoide;
- Fatores imunológicos, sendo que o próprio corpo pode entender a fecundação como um risco ao organismo e acabar por inviabilizar o desenvolvimento da gestação;
- Trombofilia, patologia que causa a formação de coágulos e pode ocasionar aborto.
O que pode ser feito
Todas as condições clínicas acima assinaladas são suscetíveis de tratamento clínico, evitando-se, portanto, a persistência da perda recorrente da gravidez.
Sendo o embrião geneticamente viável, a gestação pode ser levada adiante, desde que identificada a causa do aborto recorrente e o tratamento específico do problema.
Para além de cuidados clínicos, é muito importante o tratamento do psicológicos dos futuros pais, especialmente porque homens e mulheres costumam reagir de formas diferentes, apesar de significativas.
Os homens geralmente estão mais propensos ao desenvolvimento de quadros de ansiedade, contudo, têm mais dificuldade de enfrentamento e diálogo sobre o assunto. O aspecto mais grave nas consequências na saúde mental masculina está relacionado à excessiva preocupação que se tem com a parceira.
Por outro lado, as mulheres estão mais expostas ao desenvolvimento de quadros de depressão e costumam utilizar métodos de banalização do assunto para enfrentamento.
Levando isso em conta, o acompanhamento do casal por profissional qualificado é importante para tratamento psicológico das consequências mentais, com a realização de terapia e formação de uma rede de apoio.
A perda recorrente da gravidez, portanto, deve ser encarada como uma condição clínica reprodutiva, mas, também, como quadro que requer assistência psicológica ao casal.
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